Por Aluísio Azevedo Jr.
Do mundo dos sonhos, retorno. E acordo certo, concreto, quase revigorado, quase angustiado, por ter que reiniciar tudo, inclusive o que ficou por aqui, o que não findou, só adormeceu, a esperar.
Recobrando a consciência, agenda de tudo, redescubro o mundo, que é real.
Ao gelo da hibernação, aliam-se o frio, o cinza da manhã, o medo da chuva, todos os medos.
Contraponto ao tormento, ganho alento, conforto, com um espreguiçar sem pretensão. Ajuntam-se meus cavaleiros, aliados, a luz do Sol, pássaros, e sons, melodias dos dias, cantigas antigas, ressoar de esperanças. Ah, um café, enfim a estimular.
Enquanto calafrios rondam, rotinas de gelo, cortinas, põem-se a cortar cada pedaço do que empedrara, na calada da noite. Cada retalho, filete preciso, agora perfila, à minha frente.
Certo, concreto mesmo, este que não é mais o meu refúgio imaginário. Afinal, aqui, somos reais. Fortes fracos?
Não importa nada disso. No camarim, enfrentamos nosso destino, roupas e adornos, vestes teatrais, figurinos, fotografia, ensaiamos cada cena, recolocamos cada compromisso, isso, isso, no seu lugar, pois vamos reiniciar. Apesar das manhãs de inverno.
Aluísio Azevedo Jr. é empresário e escritor. Fonte: Blog Um Café com Aluísio (http://aluisio.blog.digi.com.br/2010/05/26/manhas-de-inverno/).
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