Por Aluizio Henrique Dutra de Almeida Filho*
Nos últimos dias, nosso noticiário político foi ocupado por acusações a Prefeita de Natal, Micarla de Souza, acuada por seus opositores sob a alegação de que a nossa querida cidade Natal encontra-se completamente sem governo. Ao se defender das acusações, ao invés da prefeita demonstrar através de fatos, obras e serviços realizados em prol dos munícipes, tratou de se colocar na situação de vítima: vítima dos poderosos (interessante que os poderosos sempre estão do outro lado); vítima da bancada federal, que não trabalha intencionalmente por Natal; vítima da distribuição do ICMS, que diminui o valor repassado pelo Estado a Natal; e por aí vai...
Como todos sabemos, nem tudo que passa no horário eleitoral é totalmente verdade, mas também não é de todo uma mentira. Não faço parte dos “poderosos”, prefeita, mas é visível a qualquer cidadão mais informado que a nossa cidade encontra-se no mínimo desorganizada, para não dizer paralisada.
Boa parte das promessas de campanha não foram cumpridas. O funcionalismo público encontra-se no todo insatisfeito: os funcionários da saúde já deram indicativo que entrarão em greve a partir da próxima segunda-feira. O Parque de Natal, entregue pela gestão passada praticamente pronto para uso, após quase dois anos de sua administração encontra-se ainda fechado, abandonado, entregue às baratas. Não vemos qualquer atitude da Prefeitura em tentar manter pelo menos limpa as nossas praias urbanas, vide a situação precária da Praia do Meio.
Tem um fato que insisto em tentar entender e não consigo. Em meados de novembro/dezembro de 2008, a administração passada informava à população que a Árvore de Natal inaugurada com toda a pompa, localizada no bairro de Mirassol, seria permanente, passando a fazer parte da nossa paisagem urbana e sacramentando a idéia de transformar nossa cidade em um dos principais destinos turísticos relacionados à festividade do Natal, era a chamada “Natal em Natal”.
Desse assunto posso falar muito bem, pois na época morava exatamente em frente a finada Árvore de Mirassol. No primeiro dia de sua administração, você informou que a referida árvore seria retirada dando lugar a uma espécie de praça, monumento, que seria construído no local, inclusive realizando-se um concurso para escolher o melhor projeto. O edital foi lançado posteriormente, sendo que o vencedor recebeu o prêmio de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). Salvo engano, nem de Natal ele era.
Todavia, estamos chegando no segundo Natal da atual gestão municipal e não vejo qualquer monumento ou praça no local. Pior. Em dezembro de 2009, como não tinham feito nada no local, ressuscitaram a árvore. Assim, fica uma indagação que bastante me incomoda: porque tiraram então? Ora, se tinha uma coisa que vinha dando certo em Natal, que a cada ano merecia mais destaque nacional e movimentava mais nossa cidade no final do ano, era justamente o Natal em Natal.
Acredito que uma das qualidades indispensáveis a todo político é a humildade de reconhecer os acertos dos que vinheram antes. Manter em bom funcionamento e em perfeito estado de conservação o que já está pronto é o mínimo que se espera do agente político detentor do cargo. Isso é ato de grandeza, de reconhecimento e principalmente, de respeito com a coisa pública.
Importante frisar que esse pequeno artigo não tem qualquer intenção política, contudo não tem como relatar tais fatos sem utilizar como parâmetro a administração que a antecedeu. De toda forma, trata-se apenas de observações de um cidadão comum que se interessa e sonha por uma cidade melhor para todos. Com toda sinceridade, fazia tempo que não via uma administração desagradar tantas camadas e categorias da sociedade. A insatisfação é quase uma unanimidade.
Com todos esses relatos, é fácil imaginar a frustração que tive com as explicações da Prefeita. Esperava contraposições fáticas, obras, números... Esperava que a mesma rebatesse ponto a ponto os fatos narrados pela oposição. Infelizmente com a resposta arrogante da Prefeita só podemos concluir que realmente os seus opositores tinham razão no que afirmavam, já que a mesma não se contrapôs a nenhum deles. Preferiu se apequenar na condição de vítima, o que não deixa de ser verdade, vítima de sua própria incompetência!
* Alizio Henrique Dutra de Almeida Filho é advogado.
Maravilhoso esse artigo, plenamente verdadeiro.Parabéns Aluizio.
ResponderExcluirRaquel Umbelino
Onde estão os três Reis Magos que ficavam defronte a àrvore?
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